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sábado, 25 de agosto de 2007

Envelhecer...

Pois é, quando está próximo pensamos duma forma mais profunda!
Há umas semanas a minha avó (a única que sempre conheci) escorregou e partiu o fémur. Só passado uma semana foi operada. Correu tudo bem mas não é sobre isso que pretendo deixar um testemunho. Nem sequer das deficiências que o Hospital apresenta ou mesmo o "relaxo" de algumas enfermeiras. Quero sim falar, ou melhor, escrever, sobre as companheiras de quarto da minha avó. São velhotas também, uma já saiu, a outra convalesce ao mesmo ritmo que a minha ansiã. A primeira trata-se duma senhora cheia de genica internada 2 meses após duas cirurgias. Incrível, num hospital, sempre a rir e a conversar com todos, afinal dois meses de clausura cansam qualquer um. A segunda ainda lá está, com a minha avó. Estava num lar! Apresenta um defeito na cara, acho que metade está insensível, pelo menos tenho de fazer algum esforço para compreender o que ela diz porque fala só com metade da boca. Hoje à hora de almoço estavam as duas, avó e companhia, sentadas nos cadeirões dispostos para quando querem mudar de posição - ou estão na cama deitadas ou sentadas no cadeirão. Levei-lhes mais revistas. Achei piada à companhia que disse que não sabia ler, mas respondeu logo que também não fazia mal, via os bonecos... Achei-a amorosa. Está farta de lá estar, assim como a minha avó que logo após a cirurgia dizia que estava cheia de fome, que não a deixavam comer! Nem sei como se tem aguentado este tempo todo a não tocar no pão. Bem, ela queixava-se que estava mais gorda! Ah e apresenta melhoras visíveis, sempre mandou em nós e temos de continuar a fazer as coisas como ela diz!
Enfim, faz-me confusão nos horários das visitas algumas destas utentes não receberem ninguém, não terem alguém que as ajude nas refeições, que fale com elas, e lhes leve revistas. Por mim disse logo à minha avó, trago-te as revistas, vês, mostras às tuas companheiras e só depois passas para as enfermeiras verem. Mas vejo-as por vezes muito em baixo, e choram, já estãovelhotas e sem quem as visite, cheias de dores e mal estar. Chega a ser muito triste. Espero que ao menos as minhas revistas as façam pensar noutras coisas.

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