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sábado, 9 de junho de 2007

Admirável Mundo

Acho incrível o poder de visão que algumas pessoas conseguem ter de acontecimentos décadas antes deles ocorrerem! Que o sonho comanda a vida também já não é novidade para ninguém, agora, que comuns mortais "inventem" sociedades e comportamentos sociais com anos de avanço, isso sim é realmente espantoso.
Será que os deuses sopram ao ouvidos de alguns o futuro?
Lembro-me que há talvez uns 8 anos li um livro da colecção da minha avó chamado Passaporte Para O Futuro e que me marcou pelo simples facto de anunciar o conhecimento presencial da Lua pelo Homem muito tempo antes de Armstrong, de técnicas que são agora utilizadas na ciência médica, por exemplo. Logo me fascinou a capacidade desse homem capaz de, no seu tempo, prever o que poderia acontecer no futuro, e acertou em algumas coisas.
Não sei se se tratará de utopias, se de visões diferentes da realidade - sei sim, que se tratam de formas de vida plausíveis de acontecer. Na grande maioria tais acontecimentos são benéficos para o ser humano, aumentam-nos a qualidade e a esperança média de vida mas não são capazes de nos proporcionar aditivos para ocupar o tempo extra que ganhamos. O homem deixa de ser funcional, deixa de produzir para a sociedade, e torna-se num excedente incapaz de produzir para compensar a "despesa" que faz.
Esta problemática tem sido bastante abordada desde o século passado e vários pensadores tentaram diagnosticar os problemas da sociedade real para os minimizarem nas ditas utopias.
Tudo isto serve de introdução, ainda que um pouco alongada, à questão do condicionamento da população existente. Há quem diga que a natureza está sempre em equilíbrio, que quando o homem toca ela reage de forma a balançar a produção humana. Ora o défice de natalidade está a compensar o aumento do número de idosos. Se o ritmo biológico passou a desenvolver-se em idades mais avançadas (alguns casos até após o chamado péríodo fértil), se as condições económicas de cada casal são cada vez mais parcas é natural que a evolução da espécie se encontre ameaçada, e até o tempo não parece ser o mesmo. Com homens e mulheres dedicados à produção, o período que resta para a dedicação das relações humanas diminuiu drasticamente e a sociedade actual pode dar-se ao luxo de "não ter trabalho" em ter filhos. Agora pode-se encomendar seleccionando previamente as características desejáveis, seja a pais biológicos que vendem os filhos seja a geneticistas. E quando se já os têm também se os entregam a amas e colégios encarregues da educação deles. Nesta sociedade os pais apenas comportam uma função de transporte - carregam as crianças de um sítio para outro, e de financiadores - promovem monetariamente para que não haja nenhuma descompensação prejudicial ao pequeno ser humano que por sua vez irá produzir, mais tarde, para a sociedade.
No que se tornou a evolução!
Ah, admirável mundo novo, este em que já me encontro!...

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