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terça-feira, 24 de abril de 2007

Afinal Dá Ou Não Dá!

Mais um episódio caricato me aconteceu:
Ontem de manhã fui a uma entrevista em resposta a um concurso público. Se logo à partida os lugares já estão escolhidos, ser entrevistada por alguém que já se conhece e cuja última conversa não decorreu da melhor forma não é nada bom...
Há quase um ano soube que a Biblioteca Municipal de Santarém tinha contactado uma pessoa e lhe proposto um estágio, pessoa essa que já se encontrava a trabalhar. Eu, como sempre gostei do contacto próximo dos livros e porque precisavam de alguém aprontei-me e lá fui falar com a directora dos Recursos Humanos, levei currículo e tudo.
Não se tratando de algo "legal" é claro que a conversa não decorreu da melhor forma: primeiro não havia qualquer vaga a ser preenchida, depois nunca ninguém tinha contactado ninguém; eu, pelo meu lado continuava a teimar, se há coisa que não suporto é este diz que disse, que afinal não disse. Já licenciada há algum tempo e tomando conhecimento de como as coisas se processam na empregabilidade não admito sequer este tipo de situações, chamem-me parva mas sou teimosa de mais para não sair vitoriosa duma disputa sabendo que tinha perfil para tal cargo. Após muita insistência da minha parte lá se resignou e me disse que tinha feito o tal contacto mas que, olhando para o meu currículo, eu não tinha qualificação para trabalhar na biblioteca.
"Não tenho!!!" - pensei eu - "Então é uma das saídas profissionais do meu curso e não tenho!"
Fiquei com uma aversão tão grande à Directora que não voltei a colocar os pés na biblioteca, e ía lá quase todas as semanas...

Eis senão quando...Quem era a Presidente do jurí dos concursos ontem? Ela! A mesma directora que há uns meses me afirmou que a licenciatura não dava para trabalhar lá abriu concurso a pedir a minha área!
E disse logo que se lembrava de mim!
Como as coisas são?
Afinal Senhora Directora, dá ou não dá?
E vivam as cunhas!

Nem espero sequer mais nenhum contacto da parte dela!

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Concursos Públicos - A Anarquia Em Portugal

Potenciais interessados:
Desta vez o meu ataque é reservado aos concursos públicos, essa obra de arte abstrata (no verdadeiro sentido do termo) que invade os jornais de forma a contratar familiares legal e tecnicamente válidos.
Ora bem, para quem ainda não está familiarizado com o programa existe um tal de Pepal - Programa de Estágios Para a Administração Local que visa empregar pessoal durante um ano. Até aqui nada de anormal, aliás, até aplaudo a iniciativa, mas... Tome-se em atenção, para a mesma área funcional, o perfil do candidato preferido é no mínimo ambíguo; sei que as Câmaras Municipais têm autonomia nestas burocracias mas tratando-se dum concurso público as regras deveriam ser menos passíveis de serem corrompidas, se nalgumas câmaras para x função pedem um técnico profissional de x, para o mesmo x noutras pedem uma licenciatura, outras há que pedem pós-graduação e outras ainda mestrado. Hum...Qual o critério seguido para tal anomalia? Será o factor monetário? Tratando-se dum estágio, e visto que o vencimento mensal para licenciados é de 2 salários mínimos e para técnicos profissionais 1 salário mínimo e meio, sabendo que um dos sálários é pago pelo Centro de Emprego e sabendo que o Governo pretende apostar em pessoal qualificado, porque se contratam mais técnicos profissionais para este cargo? O rombo no orçamento geral não é assim tão grande, e parece-me, mas isto deve ser só a mim, que quanto mais estudos se tem melhor aptidão para aprender também existe! Ora se não há consenso nas características habilitacionais dos candidatos é porque qualquer um pode fazer o trabalho, se qualquer um o pode fazer porque não contrariar a tendência corrente e apostar em pessoas mais qualificadas? Julgo que seria uma boa aposta para quem publica os tão afamados concursos públicos que de público não têm nada, ora se já mesmo antes de se fazerem entrevistas o candidato "ideal"(vulgarmente conhecido por aquele que tem a maior cunha) já está seleccionado...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Ligeira Indisposição Geral Acentuada

Não, não me enganei no título, o paradoxo é propositado!
Já me devia considerar filósofa, não fora não gostar de filosofia parece que a mesma se revela presente no meu dia a dia. Pensar, pensar, pensar...Penso logo existo, não me parece!
Desde há uns anos para cá que paira no ar um certo descontentamento massivo entre as gentes de Portugal, uma indisposição malvada que parece não ter cura. Falo não do descontentamento vigente mas duma tristeza e falha que se verifica não só nos jovens mas que vai ganhando adeptos em todas as camadas sociais e nas várias gerações. Se por um lado vejo "colegas" a queixarem-se da falta de emprego por outro ouço alguns que já o têm e até estão bem na vida a queixarem-se. Não são queixas infundadas daquelas que se fazem porque se quer atenção, trata-se de sentir que algo está a falhar em Portugal.
Quem começa agora a trabalhar ou ainda está no início da sua carreira profissional pensa recorrentemente em ir para fora, até quem está mais ou menos seguro. É o reavivar do Sonho Americano mas desta vez na Europa. Uma crise de pobreza mental invadiu o mundo, para onde quer que se olhe só se vê cinzento (mistura cromática que faz o nome do blog uma realidade, as cores não aparecem no horizonte, só o preto e o branco), mesmo quem ainda vive remediado - não acredito que haja quem viva bem - nota essa insatisfação que atinge Portugal. O problema é que não é apenas cá, é em todo o lado. Todos os países desenvolvidos apresentam dívidas à banca, vive-se uma queda em todos os sectores, apesar das novas tecnologias disponibilizarem mais informação e "encurtarem" as distâncias a qualidade já não é uma primazia dos serviços, enfim tudo vai por um caminho desastrosamente cinza, cor do moribundo.
Somos moribundos duma época sem oportunidades, sem valores activos de melhoras...somos almas doentes encarceradas em corpos que rejeitam desistir!
Somos um país a apodrecer!

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Mau Funcionamento Na Universidade

Não posso deixar de exprimir aqui a minha indignação com o funcionamento da Repartição Académica da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Após inúmeras queixas que ouvi enquanto lá estudava, agora, no fim do curso, das propinas sempre pagas, e do trabalho efectuado durante quase 5 anos, a universidade nem se presta a passar declarações aos alunos para se poderem inscrever em programas de emprego financiados pela Comunidade Europeia. É o cúmulo!
Pela 2ª. vez pedi uma declaração à universidade que comprovasse a minha área de formação, a primeira não estava de acordo com o Diário da República, deixei cópia do DR, a formação assinalada destacadamente e mesmo assim ligam-me a dizer que a universidade não pode passar essa declaração! Mas o que é isto? Então eu fiz o curso onde, na Patagónia? Se foi lá que cursei é óbvio que é lá que passam a declaração, parece que anda tudo a brincar com isto!...
Olha agora diz que não passam. Primeiro era que não conheciam o Programa Inovjovem, agora é que não podem passar essa declaração porque não há essa formação lá. Ora se tivessem ido ler a portaria como depois sugeri iriam observar que as áreas de formação se tratam duma tabela de equivalências aos cursos existentes para que possamos ingressar no programa e conseguir aproveitar o dinheiro da Europa (e não das entidades patronais) para trabalhar. Mas não, nem sabem da existência do programa quando ele se encontra publicitado no site da faculdade! Se não sabem o que é que estão ali a fazer? Já nem tratam das inscrições nas cadeiras, fazem ali o quê o dia todo que não dão resposta aos que sempre pagaram os estudos e que agora pretender trabalhar?
Este país é mesmo uma sarna de mal formados e incompetentes que não operam de modo a cruzar os conhecimentos nos vários sectores. Estão ali a contracto e só podem ser despedidos por justa causa, mas saberem dar informações e realizar bem as funções que lhes competem está quieto! Existem formações para quê?
É mesmo o tapar buracos, se vai alguma inspecção averiguar a papelada da faculdade não sei não.
Só me faltava ter de pedir uma audiência com o reitor por causa duma declaração que a repartição não me quer passar, é que o senhor não deve ter mais nada para fazer que não seja despachar casos miúdos como este! Santa Parvalheira e Santa Ignorância, nem sei como lá conseguiram ser empregues...

Capitalismo Já Na Antiguidade, A Herança Romana

Ora bem:
Capitalismo e América realmente combinam; o que não se fala é que já no tempo de Cristo se praticavam as cobranças de impostos, até pelos discípulos sagrados.
Como já referi no blog, uma das minhas ocupações é coleccionar documentários históricos que, ainda que estejam ao alcance de todos, passam completamente despercebidos à maioria das pessoas. Desta vez a minha última colecção foram os Grandes Enigmas da História em DVD, muitos dos quais se reportam à vida social do início da cristandade e aos mistérios antigos. Num deles aparece uma referência ao discípulo Mateus, que antes de ser seguidor da palavra de Jesus era cobrador de impostos. Aliás, a troca comercial por volta do ano 30 d.C. foi polemicamente criticada pela própria figura de Jesus quando, uma vez de visita ao Templo, derrubou várias mesas de câmbio afirmando que este era um local sagrado, logo não próprio para trocas monetárias e comerciais, em especial nos dias de festa como era a Páscoa.
Bem, actualmente nas igrejas ainda se pratica o ofertório, será que os actuais cristãos católicos apostólicos romanos seguem um fundamento oposto ao de Jesus? Fica a dúvida lançada.
O que pretendo expôr com este pequeno fait-divers é denunciar que o capitalismo, sob o meu ponto de vista, não pode ser considerado oriundo dos habitantes do Novo Mundo, ele já existia afincadamente no início da Era Cristâ e até mais atrás, o próprio discípulo Mateus fazia dele prática corrente.
Aliás, julgo até poder afirmar que a nação romana, fundadora da República - que para quem não sabe quer dizer coisa pública logo incapaz de ser tornada privada (este à parte para os governantes) - foi supremamente decalcada nas gerações futuras e as suas práticas sobrevivem nos nossos dias, senão veja-se, portugal teoricamente trata-se duma república democrática, a cobrança de impostos é quase a principal função do actual governo com vista ao decréscimo do défice, a segurança nacional e o engenho na arte das guerras devem muito aos romanos e até a própria alimentação ainda conserva algumas das especificidades antigas. O mais crasso de todos os paralelismos é a figura do homem, pater familias, como senhor supremo - não, o maxismo não é para aqui chamado, trata-se duma evidência cultural e social que impossibilita a ocupação feminina em lugares de destaque, o que, políticas à parte, nem sempre é mau.

domingo, 1 de abril de 2007

Qualidade - Muito Boa, Produtividade - Zero

Caros interessados nas confissões dos outros:
Vou mais uma vez falar de mim, não de algo em particular que me aconteceu, não de algo mal que me fizeram mas duma situação geral não exclusiva da minha pessoa mas que parece espalhar-se à população em geral qual vírus epidémido sem vacina - a solidão!
É verdade, também eu me sinto sozinha, mas tenho motivos para isso: estou em casa sem fazer nada que me valorize e estou farta! Estudei para não ter emprego, investi para não ter retorno, tenho conhecimentos para não os utilizar, resultado - o meu corpo é um reservatório de enchimento sem escape, acumulo informação e conhecimento e não expelo qualquer utilidade...Não produzo, não crio, não nada...
Obviamente que me sinto frustada, quer dizer, ser dona de casa e "desesperada" não combina bem com o meu feitio, tenho de fazer alguma coisa, quero fazer alguma coisa mas onde e como? Voluntariado não obrigada, já fiz, e não estou em idade de ajudar e não receber, voluntariado é para quem tem dinheiro e nada para fazer, não é o meu caso!
Leitores!!! Alguém tem alguma ideia pró activa para me elucidar?

Mas depois deixo algum tempo passar e lá me resigno, mais ou menos, à minha condição de vegetal social, só como e durmo, quase literalmente. O tempo de paragem produtiva é tanto que tenho vezes em que nem a leitura me acalma. É o que dá investir na educação em Portugal!
Quanto mais se sabe menos se faz!!!