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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Edição

Vou partilhar uma situação convosco.
Existem poucas coisas onde não me importo de gastar dinheiro, livros, música, malas, sapatos, pipas e por aí. Os livros estão no topo, consumo muito. Vejo-os como transportadores de conhecimento capazes de nos fazer sentir algo que está em palavras, para mim chegam a ser relíquias! Desta forma sou muito exigente com os livros que compro,desagrada-me profundamente quando destaco erros neles, e foi o que me aconteceu no que ando a ler agora. Há duas semanas fui à FNAC e comprei alguns livros, um deles comecei a ler há uns dias e chegando às páginas 31-32 reparei que faltava texto. O livro tem-se mostrado com a leitura, é dos que dão prazer ler, estava entusiasmada e chegando à 31-32 faltava texto. Fiquei ansiosa nos dias seguintes, não tinha a factura para ir trocá-lo e não consegui continuar a ler sabendo que havia algo que faltava ali, pura e simplesmente não consegui. Ontem, ao efectuar a troca descobriu-se que toda aquela edição estava mal impressa, ainda fiquei mais ansiosa, mas lá me descobriram o último exemplar da edição anterior que estava ok.
Antes dum livro ir para o mercado deviam fazer bem o trabalho de revisão, inclusive após uma nova edição, não suporto encontrar livros literários com erros linguísticos ou de revisão, são "peças" com demasiado valor cultural para serem negligenciadas.

Televisão

Caros,

Desde há uns tempos para cá que se observa uma queda na qualidade na programação televisiva da difusão pública. Pretende-se que a TV seja um veículo de comunicação e educação para o grande público, mas a falta de conteúdos na programação é escandalosa. Tenho que dar os parabéns a alguns canais da cabo, e à RTP 2 pelas excelentes séries que transmitem a horas decentes. A RTP, SIC e TVI privilegiam os seus espectadores mas mais ao fim de semana à tarde.
Agora um canal específico merece o meu comentário - a SIC - tem vindo a piorar os programas que emite desde há alguns meses, talvez com a contratação do novo Director de Programação. Tem apostado em formatos de fraca qualidade e parece ter como objectivo único aumentar as audiência sem se preocupar com as necessidades dos que a ela assistem. Na minha qualidade de espectadora sinto-me um pouco defraudada. Por um lado aposta em decalques doutras estações, por outro os nossos programas de entretenimento que emite são... nem sem bem como defini-los. O Momento da verdade é um programa do meu ponto de vista mais complexo do que aparenta: se no início parecia uma confissão de maus vícios e pensamentos que não devem ser ditos em televisão (para própria segurança da identidade do concorrente), após visionar algumas vezes nota-se que é muito mais do que isso. A parte pós avaliação das resposta mereceu o meu interesse na medida de avaliação do carácter daquele concorrente, os avaliadores é que podiam ser outros, em vez de figuras públicas propunha psicólogos e outros trabalhadores da mente humana. Acho graça à Vip Manicure, tem um bom elenco e a parte dos sinónimos é sempre peculiar, dá uns bons exercícios linguísticos. A novela da tarde, a Rebelde Way também é satisfatória, é pena é o seu horário, a Roda da Sorte não faz sentido nenhum, o que fez sucesso há 20 anos não é sinónimo de sucesso agora, o público torna-se mais exigente e quer formatos originais mas com QUALIDADE, é o que falta muito na tv em Portugal. Até os pivots de notícias deixam a desejar, não são idóneos, têm que se abster de dar as suas opiniões, têm que ser isentos no momento de noticiar. Após a passagem de informação podem então fazer passar a sua opinião, mas numa espécie de espaço para comentários, nunca enquanto a mensagem é passada, temos que aprender a pensar enquanto assistimos ao jornal e a tirar as nossas próprias conclusões, nesse aspecto a RTP está muito bem. Agora dão-nos a informação já mastigada e digerida como esperam que nos envolvamos na actualidade do país? Assim não dá gosto receber informação, basta darem-nos o entretenimento, que é quase o que já fazem!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sinónimos!

Alevantar
O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.

Amandar
O acto de atirar com força: 'O guarda-redes amandou a bola para bem longe'

Aspergic
Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina.

Assentar
O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.

Capom
Porta de motor de carros que quando se fecha faz POM!

Destrocar
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.

Disvorciada
Mulher que se diz por aí que se vai divorciar.

É assim...
Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais.

Entropeçar
Tropeçar duas vezes seguidas.

Êros
Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.

Falastes, dissestes...
Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES..

Fracturação
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.

Há-des
Verbo 'haver' na 2ª pessoa do singular: 'Eu hei-de cá vir um dia; tu há-des cá vir um dia...'

Inclusiver
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira. Também existe a variante 'Inclusivel'.


A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?

Númaro
Também com a vertente 'númbaro'. Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!

Parteleira
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.

Perssunal
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex.: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.

Pitaxio
Aperitivo da classe do 'mindoím'.

Prontus
Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.

Quaise
Também é uma palavra muito apreciada pelos nossos pseudo-intelectuais... Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.

Stander
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis. O 'stander' é um dos grandes clássicos do 'português da cromagem'...

Tipo
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?

Treuze
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Um Único Sentimento Tem Múltiplas Causas

É necessário assinalar que um sentimento que ocorre na nossa alma, geralmente não tem uma causa única. É, se me é possível servir desse termo, uma certa dose que produz a sua força e variedade. O espírito consiste em saber impressionar vários orgãos simultaneamente; e se examinarmos os diferentes escritores, veremos talvez que os melhores e os que mais agradaram, são aqueles que estimularam na alma mais sensações ao mesmo tempo.

Baron de Montesquieu, in "Ensaio Sobre o Gosto"

Ser Ou Não Ser

Hamlet: Ser ou não ser, essa é a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer? Morrer — dormir, nada mais; e dizer que pelo sono se findam as dores, como os mil abalos inerentes à carne — é a conclusão que devemos buscar. Morrer — dormir; dormir, talvez sonhar — eis o problema: pois os sonhos que vierem nesse sono de morte, uma vez livres deste invólucro mortal, fazem cismar. Esse é o motivo que prolonga a desdita desta vida.

William Shakespeare, in "Hamlet"


Se ao menos pudesse controlar os sonhos...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Horários

Começo por dizer que detesto atrasos.
Faço questão de chegar todos os dias ao escritório um pouco antes da minha hora e nunca saio a horas, surgem sempre coisas mesmo à última, coisas essas que na sua maioria não fazem parte das minhas funções. Não me importo de ajudar e de ficar após a minha hora; só peço que não aproveitem a minha hora de saída para me passarem trabalho porque têm um horário mais flexível. Mas a culpa é minha, habituei-vos mal e agora é sempre Oh V oh V!.
Já está na altura de aprenderem que também tenho os meus assuntos pessoais fora do horário de trabalho.
Vão ter que aprender que não sou secretária pessoal e exclusiva de todos, ou então comecem a pagar horas extraordinárias. Quer dizer, todos saem mais cedo se tiverem assuntos pessoais a tratar, ou chegam mais tarde; eu que sigo o meu horário e tiro dias para tratar de assuntos pessoais sou penalizada, não, já chega. Se puder muito bem, se não puder fica para o dia seguinte - já chega de me sacrificar por algo que não é respeitado.