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domingo, 18 de março de 2007

Novo Imbondeiro Editores Lda

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Este devia ter sido um dos primeiros comentários a ser feitos neste blog.
No passado mês de Maio de 2006, estava eu acabada de concluir a licenciatura, colaborei na editora Novo Imbondeiro em Lisboa. Trazia textos para casa e revia-os do ponto de vista linguístico. Nunca me foram pedidos recibos verdes, aliás, a forma de pagamento foi uma das primeiras questões a serem acordadas e o que me foi dito era que se arranjava maneira do pagamento me ser feito sem eu estar colectada. Não quiseram fazer contrato, fiquei como free-lancer, mal sabia eu no que ía dar...
Após um mês de leitura exaustiva e correcção tipográfica, sem a directora (foi com ela que tudo tinha ficado acordado) presente, foi-me dito que de momento não tinham mais obras para que eu corrigisse mas que depois a Maria José - a directora - entrava em contacto comigo. No período combinado ninguém me disse nada, aliás, vieram a passar-se quase 7 meses até que conseguisse ver alguma recompensa do trabalho que tive e aí, para minha surpresa só me foi pago o primeiro dos 4 livros que trabalhei. Logo no início queria pagar-me metade do preço de mercado levado para este serviço, se não me tivesse informado comiam-me por parva, mas até que acabaram por fazê-lo!
De forma discreta foi-me dito que a editora não estava colectada, assim como qualquer um dos trabalhadores permanentes que lá estavam, todos recebiam em dinheiro vivo, eu própria presenciei a entrega duma pequena quantia a um dos trabalhadores.
Após me ter sido feito o tal pagamento incompleto exigiram-me recibo. Recibo? - perguntei eu, não foi nada disso que ficou acordado. Tentei arranjar forma de não me colectar, visto que não se tratava de um serviço que fosse fazer todos os meses, não compensava já a minha colectação. Aceitaram que entregasse facturas de material de escritório para compensar a saída de dinheiro que me deviam mas queriam que eu entregasse primeiro facturas no valor do primeiro pagamento que me fizeram para depois, diziam eles, me puderem fazer os pagamentos seguintes...pois claro, devem pensar que me faziam de parva eternamente. Disse eu: Quem está em falta comigo são vocês, primeiro pagam-me o segundo livro, depois eu entrego as facturas.
Nunca me chegou a ser feito qualquer outro pagamento, nem me contactaram mais. Como nunca assinei nada, nem tinha qualquer prova que me ligasse à faltosa editora, aproveitaram-se para conseguirem ter um trabalho bem feito e de graça.
Para quem leia este post e me ache naive, para não dizer estúpida, redimo-me já dizendo que só aceitei tal função por querer trabalhar. Nunca na faculdade me alertaram para que este tipo de situações pudesse ocorrer (não que fosse obrigação deles mas já que o objectivo é preparar as pessoas para o mercado de trabalho podiam ter uma cadeira que falasse da ética do trabalho e do que poderemos vir a enfrentar) e eu, saída do ensino e desejosa de começar a ganhar dinheiro aceitei logo.
Se há quem não queira trabalhar eu quero, ainda que não consiga arranjá-lo, mas também quero ser respeitada e compensada por todos os anos de estudo e por ser qualificada.
Foi só um desabafo, mas para quem me lê e se encontra na mesma situação, procurem informar-se e assinar qualquer papel (mas leiam-no bem) que vos ligue a uma empresa, não tentem conseguir dinheiro às escuras, por vezes corre mal.

6 comentários:

Anónimo disse...

:D
Não tem piada nenhuma, mas deu-me imensa vontade de rir...
Vivi exactamente a mesma experência, no mesmo sitio.
Ainda lá trabalha o Nuno?
Aldrabões serão sempre aldrabões, enfim...
Coragem, perseverança e nunca desistas. Vais ver que encontras o que procuras.

cores-a-preto-e-branco disse...

Oi, sim, pelo menos ate a minha ultima tentativa de receber algum ele ainda la estava. E bom saber que nao estou sozinha mas e triste acontecerem situacoes destas. Seja quem fores, obrigada por partilhares o mesmo.

Anónimo disse...

bom, a mim aconteceu-me exactamente o mesmo!
mas com ilustrações... fiz ilustrações no valor de 450€, para 1 livro deles, e nunca foram pagas.
passei recibo, paguei iva desses recibos, fiz retenção na fonte... tudo direitinho... e nada!
a maria josé mudou de telemóvel não sei quantas vezes... isto foi há 3 anos.
desde então enviei-lhes dezenas de emails telefonei centenas de vezes e nunca obtive resposta.
agora fiquei bastante surpreendia por ter encontrado mais 2 pessoas na mesma situação...
não seremos bastantes já para fazer uma queixa conjunta?

beijos.
miriam

Anónimo disse...

Ola Vera,
Enviei-lhe um mail a respeito do texto das "ondas" usado no teu blog.
Peço-te que de acordo com o CDDA, seja citado o autor... no caso Aloyzyo Filho. Caso queira colocar o local e data, foi Cascais, 19/09/2002.
Está em dois livros editados pela Novo Imbondeiro e que devem ter sido revisados por ti.
Apenas isso.
Obrigado
PS: Caso tenha ideia do paradeiro da Novo Imbondeiro, sff passe me o contacto.
Aloyzyo Filho

cores-a-preto-e-branco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
cores-a-preto-e-branco disse...

Olá,
Parece-me que terá sido o próprio Aloyzyo que terá detectado o meu incumprimento referente à lei de protecção de dados, foi lapso, nunca me aproprio das palavras dos outros, se estiver recordado até usei as aspas. Já agora deixe-me confidenciar que é uma lição que emprego várias vezes, e também recorro a ela nos momentos de aniversários e outras festas para passar a mensagem. Por acaso não fui eu que fiz a revisão desse livro, deve ter sido o Nuno, o arquitecto. Não faço ideia de onde a Novo Imbondeiro Editores se poderá encontrar, nunca mais obtive notícias nem tentei entrar em contacto. Pela minha parte esqueço o dinheiro que me ficaram a dever, mas sempre que alguém me diz que pretende publicar um livro (venho das Letras e acontece frequentemente) aviso logo para não colaborarem com esta editora. No caso penso que a má publicidade será o melhor pagamento. Agora que penso nisso, e que já fiz alguns contactos talvez não seja má ideia fazer chegar informação da política de trabalho destes senhores à APEL, às organizações das Feiras do Livro, e outras medidas de difusão da leitura.